quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Morre Gilberto Milfont

Eis o tipo de notícia que a mídia não cobre. Até os colecionadores de discos da velha guarda e conhecedores mais afins de nossa música poderiam estar se perguntando ainda: que fim levou Gilberto Milfont? Infelizmente apenas pelas pequenas notas de falecimento ou dos serviços de informação online, tão prestimosos hoje nos dão esses choques...

Faleceu nesse dia 13, na cidade do Rio de Janeiro, aos 95 anos de idade, o cantor e compositor Gilberto Milfont, nome artístico de João Milfont Rodrigues, nascido em Lavras da Mangabeira, Ceará no dia 7 de novembro de 1922. Iniciou sua carreira artística na velha PRE-9 (Ceará Rádio Clube). 
Foi para o Rio de Janeiro em 1946 levado pelos Vocalistas Tropicais. Seu primeiro disco como cantor foi "Geremoabo" e "Maringá", ambos de autoria de Joubert de Carvalho, em disco Victor 80-0434 de 22/05/1946. Como compositor, sua primeira música gravada foi "Esquece", por Dick Farney na Continental. 
Autor de mais de 500 composições musicais, com participação em mais de 40 LPs, em 1947 apareceu seu primeiro sucesso de carnaval, “Meu Prazer”, da autoria de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira. No ano seguinte, assim como em 1949 e 1950, ganhou sucessivos carnavais cariocas, com as músicas “Um Falso Amor”, “Batendo Cabeça” e “Pra Seu Governo”, todas da autoria de Haroldo Lobo.

Aplaudido nos melhores palcos brasileiros, Gilberto Milfont gravou pela RGE, RCA, Chantecler, Continental, fez a série Cem Anos de Música Popular Brasileira e, no final dos anos 60, num concurso de âmbito nacional, foi sagrado o melhor seresteiro brasileiro. Entre seus sucessos gravados cabe destacar: “Pra Seu Governo”, “Senhora”, “Gereboabo”, “Batendo Cabeça”, “Maringá”, “As Aparências Enganam”, “Castigo” e “Timidez”. E a sua mais conhecida composição musical, “Reverso”, foi gravada por Sílvio Caldas, Orlando Silva, Dalva de Andrade,Chico Alves, Tito Madi e Trio Los Panchos (no México). Foi membro da Comissão de Assuntos Culturais do MEC, para onde foi aprovado, aliás, em 1º lugar, pertencendo à geração dos melhores nomes da MPB, como Sílvio Caldas, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Chico Alves, Carlos Galhardo, Altamiro Carrilho e Nélson Gonçalves. Em 1978, foi escolhido para integrar o Projeto Pixinguinha que percorreu o Brasil de Sul a Norte, divulgando a MPB. E à sua carreira de artista foram dedicados dois programas do Mobral-Projeto Minerva, e as glórias e conquistas de sua vida artística mereceram reportagem dos principais jornais e revistas do Brasil. Seu nome figura na Enciclopédia da Musica Popular Brasileira (São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999); e bem assim no livro Lavrenses Ilustres (3ª ed.: Fortaleza, RDS Editora, 2012), de autoria de Dimas Macedo.


Para nossa tristeza, mais um grande nome da Música popular Brasileira parte para integrar o Panteão das grandes vozes, mas que deixaram seu registro imortal perpetuada na cera de nossos velhos bolachões.

Fonte: Wikipedia
            Arquivo Nirez

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